PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:

PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:
"NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NINGUÉM MAIS!".

sexta-feira, 2 de março de 2012

'AMOS

INTRODUÇÃO
AO LIVRO DE:


AMÓS



INTRODUÇÃO



Visão geral
Autor: o profeta Amós.
Propósito: Revelar a
severidade do julgamento divino por causa da infidelidade pactual em Israel e
Judá e declarar a esperança de grande restauração depois da destruição e do
exílio que estavam se aproximando.
Data: 760-750 a.C.
Verdades fundamentais:
Assim como as nações
gentias seriam julgadas pela sua pecaminosidade, Israel e Judá seriam julgadas
pelos seus pecados por meio da agressão assíria.
O pleito de Yaohu contra
Israel era inegável e a causa de muitos problemas para Israel, tanto na
natureza quanto na guerra.
As visões do futuro de Amós
confirmaram que Samaria seria destruída pela agressão assíria.
Embora Israel e Judá fossem
ser julgadas juntamente com as outras nações, após o exílio elas seriam
exaltadas acima de seus vizinhos gentios.


Propósito e características
Amós desafiou vigorosamente a idolatria e a
injustiça social de Israel, declarando que a adoração sincrética negava as mais
básicas verdades sobre Yaohu o Deus de Israel. O ETERNO é soberano sobre tudo o
que ele criou (4,13; 5,8; 9,5-6). Ele é o verdadeiro Deus – Yaohu – sobre as
nações. Como tal, ele é capaz de jogar nação contra nação (1,3 – 2,3) e de
julgar o povo da sua aliança por meio da agressão de outras nações (6,14).
Porém, a despeito de tudo isso, ele é um Deus de amor que deseja a vida, e não
a morte do seu povo (5,4).
Amós ressaltou que por
Israel não ter-se arrependido, mesmo depois de ter sido julgada (4,6-11), o
ETERNO faria um julgamento ainda mais severo, que terminaria em total
destruição e exílio (4,12 – 5,20). Pouco depois de Amós ter previsto que Israel
cairia perante o Império Assírio, suas previsões começaram a se cumprir. Sob o
reinado de Tiglate-Pileser III (745-727 a.C.), a Assíria ganhou poder e se
expandiu para o norte e para o oeste. Judá logo se tornou um vassalo assírio. A
Síria, localizada entre Israel e a Assíria, passou a fazer parte do Império
Assírio (2Rs 16,7-9).



CHRISTÓS, “O UNGIDO”
–, EM AMÓS.
(Yaohushua):

As profecias de Amós
revelam O UNGIDO de três maneiras.
1. O tema principal de Amós
– julgamento contra as nações e os infiéis de Israel e Judá – prenuncia o
julgamento que vem em O UNGIDO. O Novo Testamento ensina que O UNGIDO julgará
aqueles que se voltam contra Yaohu (Jo 5,21-27; Rm 2,12-16), incluindo o povo
em aliança com Yaohu (Hb 10,26-30; 1Pe 4,17; Ap 2,4-5.14-16.20-23;
3,1-3.15-19). Em última análise, O UNGIDO cumpre o tema do julgamento em Amós.
2. Am 9,11-15 fala da
restauração prometida a Israel e Judá após o exílio.
Seguindo o padrão
estabelecido por Moisés (Lv 26; Dt 4,15-31; 28,1-68), Amós anunciou que o
exílio seria seguido de um tempo de grandes bênçãos para o povo de Yaohu. Após
o fracasso daqueles que retornaram à Terra Prometida em 539 a.C., essas
profecias de restauração começaram a se cumprir. O Novo Testamento explica o cumprimento inicial
dessas profecias de restauração por meio da entrega do Rúkha como o penhor da herança daqueles que acreditam na primeira vinda
de O UNGIDO (Ef 1,14), assim como o seu cumprimento final nos novos céus e nova
terra quando O UNGIDO retornar (Ap 21,1ss.).
3. Amós falou da
restauração do “tabernáculo caído de Davi” – a dinastia real de Davi (9,11).
Essa previsão indicou que, algum tempo após o exílio, um filho de Davi
lideraria o povo de Yaohu à vitória sobre as nações (9,12) e garantiria
segurança eterna para eles (9,15). Essa profecia é cumprida por Yaohushua, o filho real de Davi (Mt 1,1; Lc 1,32-33; Ap 22,16). Yaohushua subiu ao trono da casa de Davi em sua ressurreição e ascensão (At
2,25-36). Ele reina agora e promove uma guerra santa contra as nações por meio
do evangelho (At 15,13-19; 1Co 15,23-25). No final, ele derrotará todos os seus
inimigos e estabelecerá um reino universal quando retornar em glória (At
2,34-36; Ap 19,11-21; 21,1; 22,5).



AMÓS: O profeta e seu tempo. Amós é o primeiro entre os profetas a ter seus gestos e palavras
recolhidos numa coleção particular. Antes dele, atuaram em Israel outros
profetas, e deles falam sobretudo os livros de Samuel e Reis. Amós abre uma
linhagem nova, o que nós chamamos de profetas escritores, porque a Bíblia
conservou o eco imediato de suas intervenções em livros que levam os nomes
deles. Normalmente, estes livros não são obra dos próprios profetas, mas de seus
discípulos, assim como serão os evangelhos em relação à atividade e pregação de
Yaohushua. Contudo há passagens – mormente aquelas em que o profeta se exprime
na primeira pessoa do singular – que bem podem provir de sua pena, como o
relato das cinco visões de Amós nos caps. 7, 8 e 9 de seu livro.
O nome de Amós evoca o
verbo levar, em hebraico. Talvez seja uma forma abreviada de Amosiá, que quer
dizer O ETERNO levou, nome com que se exprime – como muitas vezes – o
reconhecimento por uma intervenção favorável do ETERNO. Amós se apresenta a si
mesmo como criador de gado (cf. 7,14 e o cabeçalho do livro em 1,1). É judaíta,
vivendo em Teqoa, perto de Bet-Lehem, numa região ondulada propícia à criação
de gado. As numerosas imagens tiradas da vida pastoril que ilustram sua
mensagem confirmam esta indicação.
A época de sua atuação é a
segunda metade do séc. VIII, quando do reinado de Jeroboão II em Israel
(787-747) e de Ozias em Judá (781-740), sempre segundo o cabeçalho da coletânea
(1,1). Amós precede o profeta Oséias de uns dez anos.
No plano político, o reino
do Norte – o das dez tribos – conhece um último momento de sossego, devido
principalmente ao declínio da Síria, região vizinha, que está sendo subjugada
pela expansão assíria, a leste. Jeroboão recuperou os territórios outrora
habitados pelas tribos de Israel além do Jordão (2Rs 14,25), em vitórias que
suscitavam sonhos de grandeza (ver Am 6,13-14). A tranqüilidade parece
definitivamente garantida (6,1-3), enquanto na realidade uma ameaça mortal
paira sobre Israel: os exércitos assírios aproximam-se sempre mais da
Palestina. No plano econômico, os intercâmbios comerciais com os estrangeiros
trazem alguma prosperidade ao país, mas acentuamos desequilíbrios sociais entre
pobres e ricos.
Na Samaria, especificamente,
ostenta-se o luxo e floresce o que se pode chamar o esnobismo dos novos ricos
(6,4-7; 3,12). A antiga solidariedade que unia os membros do povo da aliança
cedeu o lugar à explosão dos pequenos pelos poderosos, encoberta pelos
julgamentos iníquos dos tribunais (2,6-7; 4,1; 5,7). No plano religioso, o
próprio culto se realiza em cerimônias esplendorosas, dos quais o povo todo se
gloria, mas que provocam críticas severíssimas de Amós (4,4-5; 5,4-5.21-27).
A missão de Amós se
caracteriza por um alcance “ecumênico” peculiar: originário do reino de Judá,
recebe ordem de pregar para o reino de Israel (ver 7,15 e 1,1). Considerando a
divisão dos Remanescentes hoje, poderíamos comparar Amós a um pregador
que Yaohu mandasse de uma tradição confessional para outra. Sua vinda ao reino
do Norte é sinal de unidade: Israel, por mais que esteja dividido no plano
político e mesmo religioso, continua sendo um só povo aos olhos do ETERNO,
que o elegeu e que vai pedir-lhe contas. Amós profetiza provavelmente em Betel,
o principal santuário do reino do Norte, edificado quando do cisma, para
rivalizar com o de Jerusalém. Intervém por ocasião de uma das grandes festas
anuais, cujas cerimônias parecem descritas em 4,4-5. Mas seus oráculos visam
também a Samaria, e alguns podem ter sido pronunciados na própria capital (p.
ex. 3,9-12 ou 6,1-7). À diferença dos grandes profetas que vieram depois dele,
o ministério de Amós foi de curta duração, no máximo alguns meses. Foi
provavelmente interrompido pelo sacerdote de Betel que denunciou Amós ao rei e
o expulsou como perturbador da ordem pública (7,10-17). Talvez por opor-se a
esta proibição, Amós – ou um grupo de discípulos – começou a pôr seus oráculos
por escrito e a fazê-los circular entre o povo. Assim, suas palavras continuam vivas depois dele, sendo transmitidas no
círculo dos ouvintes atentos à palavra do ETERNO proclamada por seu profeta. É possível que certos oráculos tenham sido
ulteriormente acrescentados à coleção, com o intuito de atualizar a mensagem do
profeta em circunstâncias novas, por exemplo o oráculo contra Judá (2,4-5) e
talvez a promessa final (9,11-15), cuja data continua objeto de discussão.


Linguagem e mensagem. De
origem camponesa, Amós não é o iletrado, inculto,ou até rústico que às vezes se
pretende representar. Medita sobre os acontecimentos que marcam a vida de sua
própria terra e dos povos vizinhos; já pressente a potência que vem do norte, a
Assíria, que destruirá Samaria em 721 ou 722. É sensível às ameaças que vêm da
terra e do céu, nas quais vê a obra de Yaohu. Seria um engano ver em Amós um
pregador negligente quanto às formas de linguagem. Sabe utilizar tanto as
sutilezas da sabedoria (ver 3,3-8; 5,19; 6,12) quanto a amplidão solene da
liturgia (1,3 a 2,16; 4,6-13;
5,4-6.14-15), sabe manifestar o elã do lirismo (ver 4,1-2; 9,1-4) e jogar com
as palavras ou usar de ironia (ver 3,12; 5,5; 6,13; 8,1). Sua linguagem
impressiona sobretudo pela sobriedade: para proclamar sua mensagem bastam-lhe
poucas palavras, rápidas qual o raio, destruindo ilusões como o terremoto (cuja
lembrança se liga ao seu ministério: ver 1,1). Estes dons literários
manifestaram-se por serem sustentados pela força e grandeza do assunto: a
impenitência de Israel em face dos apelos e da fidelidade de Yaohu.
Yaohu apareceu a Amós em
cinco visões, que constituem o objeto principal dos três últimos capítulos
do livro. Para Amós, apegado às tradições e atento aos fatos, estas visões
foram um desafio divino provocando-o à pregação. Depois de ter intercedido
por seu povo e ter obtido, por duas vezes, o perdão, Amós aprende de Yaohu que
não haverá mais perdão (7,8) e que a casa de Jacó será destruída, embora não
completamente (9,8). Esta revelação o constrange a falar (3,8), embora certa
sabedoria pudesse recomendar-lhe calar-se (5,13).
A mensagem de Amós tem por
objeto a grandeza de Yaohu, seu poder e sua justiça que se estendem a todas as
nações, mas também sua irreversível predição pelo povo de Israel. Lembra as
exigências da Lei, especialmente da que ordena o culto e da que define os
direitos dos pobres e dos indigentes. Com solenidade e violência, Amós proclama
aos ricos, aos poderosos, aos juízes e aos sacerdotes o que o Evangelho voltará
a dizer: Todas as vezes que o fizestes a um destes mais pequenos, foi a mim que
o fizestes (Mt 25,40). Amós lembra também que o culto que agrada a Yaohu é o
que exprime, na humildade e na justiça, a resposta de Israel ao amor de seu
Deus – Yaohu. Também neste ponto Amós recebe a companhia do Novo Testamento:
Que tens que não hajas recebido? E se o recebeste, por que gabar-te como se não
o tivesses recebido? (1Co 4,7).
O Deus – Yaohu – de Amós é
um Deus ciumento, de amor inflexível, capaz de decidir que o peso do mundo mau
afastará os homens longe dele – e, às vezes, o faz –, mas capaz também – e isso
em relação tanto a Israel como aos que pertencem a Israel espiritualmente – de
não se deixar vencer pelo peso do pecado e pelas insanas exigências dos
pecadores que vivem sem Yaohu ou fora de suas leis. Ele é capaz de pronunciar
que o pecado e o orgulho devem atrair sobre o pecador toda espécie de castigo;
ele pode fazer superabundar o perdão e a graça lá onde o pecado e a insolência
foram abundantes. Amós nos ensina, ainda, que a oração do homem pode ter
tamanha eficácia que chegue a comover Yaohu e a faze-lo voltar atrás de algumas
de suas decisões. Esta intercessão do
profeta pelo povo de Yaohu terá seu acabamento na oração de Yaohushua pelos
seus (Jo17).
O Yaohu de Amós não tem duas faces, a de um Yaohu que castiga e a de um
Yaohu que salva. É o mesmo Yaohu e ETERNO que castiga, querendo salvar. O próprio castigo ultrapassa a ordem fria e
rigorosa da justiça sem perdão, pois é a expressão de um amor ferido ou traído
que, num último grito e para além do castigo, ainda chama à conversão. Oseias,
que profetizará em Israel poucos anos depois de Amós, descreverá numa linguagem
nova este drama do amor divino.
Assim, o livro de Amós
comporta:
Uma revelação carregada de
ameaças: há quem morra de fome e de sede (8,11), por ter procurado tarde demais
a Palavra de Yaohu e não a ter encontrado;
Uma revelação que se abre à
esperança (5,15; 9,8) e que será retomada por outros profetas: quando tudo está
perdido, Yaohu pode ainda agraciar.


Divisão do livro. Depois do
título (1,1) e um breve prólogo (1,2), abre-se uma primeira parte, constituída
por uma seqüência de oráculos contra as sete nações vizinhas de Israel e contra
Israel mesmo (1,3 – 2,16), todos eles formados no mesmo molde, mas com
desenvolvimento maior no último.
A segunda parte
constitui-se dos oráculos contra Israel (caps. 3 a 6). Entre estas
palavras, geralmente breves e agrupadas sem ordem certa, podemos relevar
particularmente o discurso sobre a impenitência de Israel (4,6-13), as palavras
contra o culto de Betel (4,4-5; 5,4-5.21-27), as denúncias da injustiça social
(3,9-11; 4,1-3), do orgulho e das falsas seguranças (3,1-2; 5,18-20;
6,1-7,13-14); as descrições do juízo iminente (3,13-15; 5,18-3.13.16; 6,8-11);
o apelo para voltar ao ETERNO (5,4-6.14-15).
A terceira parte (caps. 7 a
9) agrupa o relato de cinco visões, das quais as quatro primeiras se
correspondem duas a duas: os gafanhotos (7,1-3) e o fogo (7,4-6); o estanho
(7,7-8) e o fim do verão (8,1-2); e, conclusão, a visão do abalo do santuário
(9,1-4). Alguns oráculos se encontram agrupados em torno às visões (7,9;
8,3-14; 9,7-10), como também o relato da expulsão de Amós (7,10-17). A coleção
termina num oráculo de restauração e de salvação (9,11-15), que alguns hesitam
em atribuir ao próprio Amós.

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