PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:

PAI E FILHO COMPARTILHAM O MESMO NOME:
"NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NINGUÉM MAIS!".

sexta-feira, 2 de março de 2012

B'midibar (NO DESERTO):

NÚMEROS

INTRODUÇÃO


Visão geral

Autor: Moisés.
Propósito: Conclamar a segunda
geração do êxodo a servir a Deus (Yaohu) como seu exército santo na conquista
da Terra Prometida, evitando os erros do passado e permanecendo fiéis aos
preceitos de Deus (Yaohu).
Data: c. 1406 a.C.
Verdades fundamentais:
Deus (Yaohu) preparou o seu povo
plenamente para servi-lo e ser bem-sucedido na conquista da Terra
Prometida. Os membros da primeira geração fracassaram porque foram
ingratos para com a graça que Deus (Yaohu) havia lhes demonstrado e
temeram o poder dos cananeus.
Deus (Yaohu) levantou outra geração
para conquistar a Terra Prometida; mas, para que fossem bem-sucedidos,
eles também teriam de ser fiéis a Yaohu.


Propósito e características

Na Bíblia hebraica, o título
do livro é derivado da quinta palavra hebraica do primeiro versículo, que pode
ser traduzida como “no deserto” - uma descrição apropriada do conteúdo do
livro. Quando o Antigo Testamento foi traduzido para o grego (a Septuaginta),
seus livros receberam títulos gregos. Nesse caso, foi adotada uma
palavra grega que descreve apenas as listas dos homens de guerra: arithmoi
ou “NÚMEROS”.
Pelo menos três temas são
fundamentais na mensagem de Números. Em primeiro lugar, o livro descreve
vividamente a misericórdia e a fidelidade de Deus (Yaohu) para com o seu povo.
Ele mostra Deus (Yaohu) dirigindo o seu povo enquanto este se preparava para a
jornada pelo deserto, consolando-o nas suas dificuldades, tratando de seus
medos e castigando-o apenas depois de se mostrar extremamente paciente. Os
erros dos isralitas – até mesmos dos melhores dentre eles, inclusive Arão,
Miriã e Moisés – são contrastados com a perfeição do Deus (Yaohu) sempre fiel à
sua aliança.
O segundo tema mais importante em
Números é o poder soberano de Deus (Yaohu) de realizar os seus propósitos. O
livro mostra o fracasso total da primeira geração e o julgamento severo de Deus
(Yaohu) sobre ela. No entanto, também oferece esperança para a segunda geração
do êxodo: Deus (Yaohu) continuava conduzindo a História rumo ao seu objetivo de
levar Israel à Terra Prometida. Os propósitos de Deus não falharão, mesmo
quando o seu povo fracassa.
O terceiro tema fundamental é a
responsabilidade do povo de Deus (Yaohu) de ser fiel ao chamado que ele lhe
fez. O livro termina de modo repentino, mostrando a segunda geração se
preparando para entrar na terra, e não registra nenhuma das batalhas travadas
do outro lado do Jordão. Ele foi escrito para chamar a segunda geração a
avançar na conquista como o exército santo de Deus (Yaohu).


Cristo em Números:

Números apresenta um retrato
histórico que aponta para Cristo de cinco modos principais. Em primeiro
lugar, em termos gerais, à medida que o livro descreve Israel se
preparando, fracassando e se preparando novamente para guerra santa em Canaã,
os leitores cristãos são lembrados dos últimos estágios da guerra santa por
meio da qual Cristo conquistará os novos céus e a nova terra. Cristo começou a
última batalha contra os inimigos de Deus (Yaohu) quando morreu e ressuscitou
dentre os mortos (Cl 2,15; Hb 2,14-15). Essa guerra tem continuidade por meio
da pregação do evangelho pela igreja de hoje (At 15,15-17; Ef 6,10-18). Por
fim, quando Cristo voltar, a batalha pelo mundo será concluída (Ap 19,11-21;
21,1-5). Em segundo lugar, o livro volta o seu foco repetidamente
para a fidelidade do povo de Deus (Yaohu), lembrando aos cristãos não apenas
da salvação que se dá por meio da obediência perfeita de Cristo (2Co
5,19), mas também do seu chamado para que seus seguidores busquem a
santidade (Hb 12,14). Em terceiro lugar, Cristo
também é revelado em alguns tipos específicos em Números. A obra de Cristo, por
exemplo, é prefigurada pela tipologia da novilha vermelha (cap. 19; Hb
9,13), pela água que jorrou da rocha (20,11; 1Co 10,4) e pela
serpente erguida, que da morte trouxe vida (21,4-9; Jo 3,14-15), Em
quarto lugar, a profecia especifica sobre as conquistas de Davi, que
derrotaria os inimigos de Israel (24,15-19), prefigura Cristo que, como o
grande filho de Davi, um dia será reconhecido como o maior Rei de todos. Por
fim, a centralidade do tabernáculo também prefigura Cristo. Em sua
primeira vinda, Cristo veio habitar (lit. “tabernacular”) no meio da humanidade
(Jo 1,14) e, por meio de sua morte e ressurreição, abriu caminho para que todo
àquele que crê entre na presença de Deus (Yaohu) [Mc 15,38; Hb 6,19; 10,20]. O
apóstolo Paulo ensinou que a igreja é o templo de Deus (Yaohu) e que o mesmo
pode ser dito de cada cristão (1Co 3,16; 6,19-20; Ef 2,19-22). Na segunda
vinda, a habitação de Deus (Yaohu) com a humanidade será plena e os cristãos
não precisarão mais de um templo para Deus (Yaohu), pois o Cordeiro será o
templo (Ap 21,3.22).



Números. O livro dos
Números, assim chamado pelos tradutores gregos por causa dos recenseamentos que
constituem o objeto dos primeiros capítulos, é o mais complexo dos livros do
Pentateuco.


Plano do livro. Se nos
ativermos às grandes linhas, descobriremos três partes:
-
a primeira prolonga e completa a apresentação
das instituições descritas no Êxodo e no Levítico: recenseamentos (cap. 1 – 4),
dedicação do santuário (7), consagração dos levitas (8);
-
na segunda, Israel deixa o Sinai (10) para
atravessar o deserto, onde deverá andar errante durante quarenta anos (11 – 14;
16 – 17; 20). Finalmente, ele chega á Transjordânia, aos limites da terra de
Moab (21); é lá que se situam os episódios das bênçãos de Bileâm (22- 24) e a
apostasia de Bet-Peor (25);
-
a terceira começa com um novo recenseamento (26)
e contém sobretudo as disposições tomadas por Moisés para a partilha dos
territórios conquistados (32) ou a conquistar (27; 34 – 36). Encontra-se ali
também o relato de uma expedição contra a tribo de Midian (31) e o resumo das
etapas da marcha de Israel do Egito às margens do Jordão (33).
Portanto, o livro tem a forma de
um relato, mas o seu movimento de conjunto com frequência é encoberto pela
complexidade dos detalhes. Além disso, contém numerosos elementos legislativos:
alguns estão incorporados ao relato (17, 3-5; 31, 21-47); outros, de redação
mais recente, são intercalados em diversos lugares sem que se veja qual a sua
relação com o contexto (caps.5; 6; 15; 19; 28 – 30).
É possível esclarecer muitos
detalhes e reconstituir em parte a história do texto com a ajuda das teorias
modernas da pesquisa do Pentateuco (cf. Introdução ao Pentateuco). Elas não
permitem, porém, explicar a unidade do livro. O princípio desta unidade deve
ser buscado no tema tratado, resumido com muita exatidão pelo título hebraico
do livro: Bamidbar, esto é, No deserto.

Israel no deserto. A maior
parte dos textos reunidos em Números referem-se, efetivamente, ao período
durante o qual Israel permaneceu nos desertos que margeiam a Palestina a sul e
sudeste.
Os acontecimentos deste período
não são facilmente compreensíveis para o historiador. O mais certo é que
diversas tribos seminômades se encontraram na península do Sinai e ao sul da
Transjordânia e foram se associando progressivamente para formar um povo.
Algumas tribos haviam fugido do Egito (por volta de 1230), outras vinham de
outras paragens. Se é impossível determinar a duração exata deste processo, é
possível, com a Bíblia, relacioná-lo com lugares em torno dos quais gravitam os
relatos das três artes dos Números: o lugar santo do Sinai (1 – 10), o grupo de
oásis de Qadesh (13 – 14; 20), as planícies de Moab, no vale inferior do Jordão
(21 – 36).
Quando um povo nasce dessa
maneira, sobretudo numa região muito isolada, sua formação geralmente não deixa
vestígio nos documentos dos povos vizinhos; os textos egípcios e os vestígios
arqueológicos permitem apenas situar os movimentos das tribos israelitas no
conjunto das migrações seminômades que se desenvolveram ao longo de todo o 2º
milênio em direção à Palestina. Mas as origens de Israel deixaram lembranças
duradouras na memória das próprias tribos: vitórias (21; 31), derrotas (20, 21;
21,1), incidentes diversos (11,1-3; 25,1-6), conflitos entre as tribos (que se
podem adivinhar em 14, 23-24; 16,1; 32, 6) e mesmo aos pormenores dos
itinerários percorridos (21,10-20; 33,1-49), que, aliás, coincidem com as rotas
seguidas pelos nômades até época recente.
Quanto a este período, em que
Israel começou a adquirir consistência, a Bíblia procura sobretudo dar-lhe o
significado global. A estada no deserto foi para Israel ocasião de uma
experiência religiosa privilegiada, que conserva valor para todas as gerações
seguintes. Com frequência este período será apresentado com um ideal ao qual se
deveria procurar voltar, ao menos parcialmente. A Bíblia dá muitas
interpretações desta época excepcional: a de Oséias (tempo dos
esponsais: Os 2,16-25; da mesma forma Jr 2, 2-3), a do Deuteronômio
(período de educação: Dt 8, 2-6); a de Ezequiel (tempo de infidelidade:
Ez 20). Números, único livro inteiramente consagrado a este tema, conserva
sobretudo três aspectos: Israel era então um povo em que marcha, não
estabelecido de modo permanente; era um povo isolado, subtraído a toda
influência estrangeira; era um povo em formação, no qual subsistiam ainda
muitos problemas fundamentais por resolver.


Um povo em formação. O
livro consiste em uma série de relatos que continuam os do Êxodo. E aqui, como
no Êxodo, podem-se distinguir três tramas narrativas: as tradições “sacerdotal”
(P), “javista” (J) e “eloísta” (E). Mas elas estão melhor
amalgamadas e, no conjunto, o relato é coerente e livre de repetições inúteis.
É sobretudo por suas intenções teológicas que as três tradições
se distinguem. Para J e E, trata-se de expor a história da
primeira geração de Israel, deixando aos leitores a responsabilidade de
extrair lições para a sua época. P, pelo contrário (da mesma forma
que E em alguns casos), procura justificar as instituições que
recomenda, narrando sua origem e descrevendo seu funcionamento.
As três tradições estão de acordo
quanto aos acontecimentos essenciais da travessia do deserto, que aparece como um
período de ajustamento, cujos fatos mais salientes são crises,
frequentemente dramáticas. As duas primeiras crises figuram no Êxodo (17 e 32)
e Números conta ao menos mais dez: duas no cap. 11, uma no cap. 12, uma em 13
-14, duas ou três em 16 – 17, uma em 20,2-13, uma em 21,4-9, uma ou duas em 25.
O povo frequentemente se nega a caminhar, a persistir numa
aventura que o amedronta e na qual não acredita mais; contesta a autoridade de
seus chefes, suas decisões e até mesmo o plano de Deus (Yaohu). Os chefes, e
sobretudo o próprio Yaohu, terão de tomar medidas drásticas com esse povo
recalcitrante: uma geração inteira será condenada. Mas o desígnio de Deus
(Yaohu) se realizará, ainda que seja na geração seguinte: o povo chegará à
terra que Yaohu lhe destinou.
Este objetivo polariza todo o
relato. Apesar das tentativas malograda (14, 39-45; 20,14-21), apesar dos
cadáveres que juncam o deserto (14, 29; 26, 65), o povo avança para a Terra
prometida (33); e a ocupação da Transjordânia (21, 21-35) é o prelúdio da
entrada vitoriosa em Canaã.
Moisés. Impossível seria esta
longa caminhada sem a presença do chefe, cuja importância as três tradições
timbram em sublinhar: Moisés. Mas sua importância é enfatizada de
maneira diferente em cada uma delas. A tradição “eloísta” (e em certa medida a
“javista”) oferece-nos um retrato particularmente vivo e rico: o Moisés que ela
apresenta é de uma grande verdade humana, com suas fraquezas (16,15; 20,10-12)
e seus desalentos (11,11-15). Não há dúvida de que o traço dominante nele é sua
fidelidade total a uma missão complexa e ingrata: Sua oração várias vezes
salvará o povo em revolta contra ele (12,13; 14,13-19; 16, 22; 17,10-13). É
homem de oração que vive com Yaohu numa intimidade excepcional (12, 6-8), o que
o situa acima de todos os profetas, dos quais ele é protótipo.
Completamente diferente é a
imagem que dele apresentam os textos “sacerdotais”. Nestes, com frequência.
Moisés não passa de um porta-voz impessoal dos desígnios de Yaohu. Afinal de
contas, seu nome não passa de um carimbo de autenticação oposto a uma
regulamentação, sobretudo se ela é tarifada. Os textos “sacerdotais” põem-lhe
ao lado a figura de seu irmão Aarão, o sumo sacerdote, cuja função muitas vezes
consiste apenas em permanecer ao lado de Moisés, quando este comunica a Israel
as ordens de seu Deus (Yaohu). O fato de que se faça questão de colocar o nome
de Aarão ao lado do de Moisés, às vezes mesmo sem levar em consideração a
correção gramatical (9,7; 20,10), indica claramente qual é o objetivo desses
textos: Justificar a situação que os relatos mostram estabelecida desde a morte
de Moisés: O sumo sacerdote (Eleazar, filho de Aarão) tem o monopólio da
revelação divina a mais alta autoridade sobre o povo (27, 21).


A visão “sacerdotal” do povo
de Deus (Yaohu). Esta maneira de escrever a história é característica dos
textos “sacerdotais”. Sua intenção é descrever as instituições do povo de Deus
(Yaohu) que corresponderão exatamente à sua teologia. Regulamentos,
recenseamentos (1,4; 26), ordens de caminhada (10,13-32) ou de acampamento (2),
relatos, tudo concorre para esboçar da maneira mais viva o quadro ideal do povo
de Deus (Yaohu). O fato de que os textos P suponham a organização das
instituições acabada antes da partida do Sinai (ao passo que para J e E
quase tudo ainda está por criar) mostra bem que para eles a existência de Israel é impensável fora
deste quadro, descrito frequentemente com minúcia impressionante.
A teologia que justifica estas
instituições é particularmente rica, e aqui só podemos citar alguns de seus
elementos:
Israel, em P, não é um povo em
armas, uma nação engajada na vida política internacional, mas uma
comunidade dedicada ao culto de Yaohu.
Nesta sociedade tudo é regulamentado,
diretamente e nos menores detalhes, pelas decisões de Yaohu. Israel é
literalmente governado pela palavra de Deus (Yaohu).
É um povo em marcha, ao menos até sua
instalação em Canaã e nenhum texto prevê a fixação do santuário, concebido
em visa da vida nômade. Nenhum lugar santo, nenhum templo fixo poderia
monopolizar a presença de Yaohu. A única localização que o Deus (Yaohu) de
Israel permite é habitar no meio de seu povo, numa tenda situada no centro
do acampamento ou no centro da comunidade em marcha.
Esta presença permanente é, ao mesmo
tempo, tranquilizadora e temível. Como é possível que o Deus (Yaohu) santo
possa morar no meio de uma comunidade de pecadores, sem que eles, a cada
instante, corram o risco de ser fulminados (17, 28)? A instituição dos
sacerdotes e levitas permite contornar este perigo. Estes homens,
especialmente escolhidos, são a parede entre o povo e a presença divina
(1, 53; 17, 11); somente eles podem obter a absolvição dos pecados, que
fazem pesar sobre a comunidade a ameaça da cólera divina (8, 19; 17, 12).
São estas duas funções, sem as quais a comunidade não poderia sobreviver,
que justificam seus privilégios (16, 3-8; 18, 8-19).


O povo de Deus (Yaohu) nas
outras tradições. Mais difícil seria encontrar uma síntese tão acabada nos
textos derivados das tradições “javista” e “eloísta”. Nelas se encontram muitos
elementos importantes que completam o quadro do Israel ideal apresentado por P
e iluminam o conjunto da história do povo.
Os textos “javista”, que seguem
sobretudo as tradições das tribos do sul, estão mais atentos aos aspectos
humanos da história. Como no Gênesis, insistem no alcance universal do destino
do povo abençoado (Nm 22 e 24). E fixam balizas importantes para a introdução
da monarquia davídica (24,7.17-19), que será a correção da história das origens
de Israel.
Nos textos “eloístas”, mais
fragmentários, pode-se notar um sentido mais claro da unidade do povo, a
condenação de toda tendência separatista (16,12-34; 32) e, sobretudo, os
primeiros esboços da instituição profética (11, 25-29; 12,1-6).


Atualidade dos Números. O
livro de Números é, ao mesmo tempo, o quadro
idealizado do povo santo e a história muito realista da primeira fase de
sua existência. Esse duplo título confere-lhe um interesse permanente. Na
descrição idealizada, o povo de Deus (Yaohu) poderá encontrar sempre um modelo.
Não que deva imitar servilmente as instituições que foram a expressão concreta
do ideal de Israel; mas pode ler ali alguns dos princípios aos quais deve
adaptar sua vida. Assim a Igreja terá sempre necessidade de Números para
lembrar-lhe que ela é um povo em marcha, um povo de profetas, regido pela
palavra de Deus (Yaohu), dedicado ao culto de Yaohu.
No relato das revoltas do povo em
formação, o povo de Deus (Yaohu) encontra uma advertência permanente. É neste
capítulo que os profetas e os Salmos apelam para os acontecimentos do período
do deserto (Mq 6, 3-5; Ez 16; 20; 23; Sl 78, 17-40; 81, 12-17; 95 ,8; 106,
14-33 etc.). É também o que faz Paulo quando remete os coríntios aos
relatos do Êxodo e de Números: “Estes fatos lhes aconteciam para servir
de exemplo e foram postos por escrito para instruir a nós” (1Co 10,11).
É claro que a Igreja de hoje não deve procurar reconhecer sua própria história
nos relatos de Números. Mas as múltiplas crises atravessadas por Israel no
deserto são o efeito de leis que parecem valer para toda comunidade de crentes
reunidos pela palavra de Deus (Yaohu); a reflexão de Números sobre estas crises
poderia ajudar a Igreja a enfrentar melhor as que ela, por sua vez, deve
atravessar.
O sistema de instituições dos
textos “sacerdotais” baseia-se numa consciência aguda do pecado do povo; as
revoltas ilustram este estudo de pecado, mas é uma realidade permanente, um mal
crônico. Uma das mensagens mais notáveis de Números é a escolha deste povo de
pecadores, separado para levar a bênção à humanidade inteira e para permitir
que Deus (Yaohu) esteja presente no meio dos homens. É uma mensagem que a
Igreja sempre deverá voltar a escutar para permanecer fiel à sua vocação à
santidade, sem perder de vista a realidade dos homens que ela reúne.



PRINCIPAIS 'PERSONAGENS' - DE
“NÙMEROS”


MIRIÃ
Pontos fortes e êxitos:
Pensava rápido sob pressão.
Era uma líder bem disposta.
Era compositora.
Era uma profetisa.

Fraquezas e erros:
Teve inveja da autoridade de Moisés.
Criticou abertamente a liderança de
Moisés.

Lição de vida:
As motivações por trás da critica
costumam ser mais graves do que a própria critica.

Informações essenciais:
Locais: Egito e Sinai.
Familiares: Irmãos – Arão e Moisés.

Versículos-chave:
“Então, Miriã, a profetisa, a irmã de
Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela
com tamboris e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Yaohu, porque
sumamente se exaltou e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro” (Êx 15,
20.21).

A história de Miriã pode ser
encontrada em Êxodo 2,15 e em Números 12, 20. Ela também é mencionada em
Deuteronômio 24, 9; 1 Crônicas 6, 3; Miquéias 6,4.


CALEBE
Pontos fortes e êxitos:
Foi um dos espias enviados por Moisés
para averiguar Canaã.
Foi um dos únicos israelitas que
saiu do Egito e entrou na Terra Prometida.
Foi a minoria que se posicionou a favor
de conquistar Canaã.
Expressou fé nas promessas de Deus
(Yaohu), a despeito dos aparentes obstáculos.

Lições de vida:
A opinião da maioria não representa
a medida exata do certo e do errado.
A coragem baseada na fé em Deus (Yaohu)
é apropriada.
Para que a coragem e a fé sejam
eficientes, é preciso combinar palavras e ações.

Informações essenciais:
Locais: Do Egito para o Sinai, depois
para Canaã, especificamente Hebrom.
Ocupações: Espia, soldado e pastor.

Versículo-chave:
“Porém o meu servo Calebe, porquanto
nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o levarei à terra
em que entrou, e a sua semente a possuirá em herança” (Nm 14,24).

A história de Calebe pode ser
encontrada em Números 13,14 e Josué 14,15. Ele também é mencionado em Juízes 1
e 1 Crônicas 4,15.


CORÁ
Pontos fortes e êxitos:
Foi um líder popular, uma figura
influente durante o êxodo.
Foi mencionado entre os chefes de
Israel (Êx 6).
Foi um dos primeiros levitas a serem
chamados para o serviço especial no Tabernáculo.

Fraquezas e erros:
Não reconheceu a importante posição em
que Deus (Yaohu) o havia colocado.
Esqueceu-se que sua luta era contra
alguém ainda maior do que Moisés.
Permitiu que a ganância cegasse seu bom
senso.

Lições de vida:
Algumas vezes, existe uma linha tênue
entre objetivos e ganância.
Ao ficarmos descontentes com o que
temos, em vez da ganhar algo a mais, podemos perder tudo.

Informações essenciais:
Locais: Egito e Sinai.
Ocupação: Levita (assistente no
Tabernáculo).

Versículos-chave:
“Disse mais Moisés a Corá: Ouvi, agora,
filhos de Levi, porventura, pouco para vós é que Deus (Yaohu) de Israel
vos separou da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a
administrar o ministério do tabernáculo de Yaohu e estar perante a
congregação para ministrar-lhe; e te fez chegar e todos os teus irmãos, os
filhos de Levi, contigo; ainda também procurais o sacerdócio?” (Nm 16,
8-10).

A história de Corá pode ser
encontrada em Números 16,1-40. Ele também é mencionado em Números 26,9; Judas
1,11.


ELEAZAR
Pontos fortes e êxitos:
Sucedeu seu pai, Arão, como sumo
sacerdote.
Completou a obra de seu pai, ajudando a
guiar o povo até a Terra Prometida.
Foi amigo de Josué.
Agiu como porta-voz de Deus (Yaohu)
para o povo.

Lições de vida:
Concentração nos desafios presentes e
responsabilidades é a melhor forma de preparar-se para assumir o que Deus
(Yaohu) designou para nós no futuro.
O desejo de Deus (Yaohu) é que
obedeçamos a Ele em toda a nossa vida.

Informações essenciais:
Locais: Deserto do Sinai e Terra
Prometida.
Ocupações: Sacerdote e sumo sacerdote.
Familiares: Pai – Arão; irmãos –
Nadabe, Abiú e Itamar; tios – Miriã e Moisés.
Contemporâneos: Josué e Calebe.

Versículos-chave:
“E falou Yaohu a Moisés e a Arão no monte Hor, nos termos da terra de
Edom, dizendo: Arão recolhido será a seu povo, porque não entrará na terra
que tenho dado aos filhos de Israel, porquanto rebeldes fostes à minha
palavra, nas águas de Meribá. Toma a Arão e Eleazar, seu filho, e faze-os
subir ao monte Hor; e despe a Arão as suas vestes e veste-as a Eleazar,
seu filho; porque Arão será recolhido e morrerá ali” (Nm 20,23-26).

Eleazar é mencionado em Êxodo 6,
23; Levítico 10,16-20; Números 3,1-4; 4,16; 16, 36-40; 20, 25-29; 26,1-4.63;
27, 2.15-23; 32, 2; 34,17; Deuteronômio 10,6; Josué 14,1; 17,4; 24, 33.

BALAÃO
Pontos fortes e êxitos:
Muito conhecido por suas eficientes
bênçãos e maldições.
Obedeceu a Deus (Yaohu) e abençoou a
Israel, a despeito do suborno de Balaque.

Fraquezas e erros:
Ajudou a levar os israelitas a adorarem
ídolos (Nm 31,16).
Retornou para Moabe e foi morto durante
a guerra.

Lições de vida:
As motivações são tão importantes
quanto às ações.
Onde está seu tesouro também está o
seu coração.

Informações essenciais:
Locais: Viveu próximo ao rio Eufrates e
viajou para Moabe.
Ocupações: Feiticeiro e profeta.
Familiares: Pai – Beor.
Contemporâneos: Balaque (rei de Moabe);
Moisés e Arão.

Versículos-chave:
“Os quais [os homens carnais], deixando
o caminho direito, erraram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor,
que amou o prêmio da injustiça. Mas teve a repreensão; o mudo jumento,
falando com voz humana, impediu a loucura do profeta” (2Pe 2,15.16).

A história de Balaão é relatada
em Números 22,1 – 24.25. Ele é também mencionado em Números 31,7.8.16;
Deuteronômio 23,4.5; Josué 24,9.10; Neemias 13, 2; Miquéias 6,5; 2 Pedro
2,15.16; Judas 11, Apocalipse 2,14.

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